terça-feira, 9 de outubro de 2012

Com avanço do PSB e recuo tucano, cidades alavancam 2014


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Autor(es): Cristian Klein
Valor Econômico - 09/10/2012
Com 693 prefeitos eleitos no primeiro turno, os tucanos mantiveram-se como a segunda força municipal do país, atrás do PMDB, mas viram sua posição outra vez fragilizada, com a perda de 97 prefeituras (12%) em relação ao que haviam conquistado em 2008. Essa foi a terceira queda sucessiva desde quando o PSDB atingiu seu ápice, em 2000, com 989 municípios, ainda sob o governo do ex-presidente Fernando Henrique. Nas últimas três eleições, os tucanos perderam 30%, atrás apenas do DEM, que desidratou 73%.
O desempenho do PSDB contrasta com o do PSB, que a seu lado representa hoje a principal alternativa de poder à hegemonia dos petistas na Presidência. O PSB saiu das urnas no domingo ainda maior. Foi a legenda que obteve o maior crescimento em relação à última eleição: 39%. Desde 2000, o aumento da sigla foi quase exponencial: 228%, praticamente o mesmo patamar dos petistas, que saltaram 236% no total de prefeituras.
O número mostra como o PSB foi na "cola" do PT ao conquistar municípios e acompanhar o seu crescimento desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito em 2002. Hoje, no entanto, o partido esboça tomar rumo próprio. Seu líder nacional, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, faz movimentos para se cacifar na eleição presidencial de 2014, seja como vice numa chapa do PT, seja como aliado dos tucanos e da oposição, ou ainda como uma candidato de terceira via.
Neste ano, o PSB rompeu com o PT em várias cidades onde eram aliados, como Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, o que tem sido entendido como parte de uma estratégia de descolamento de um projeto nacional maior.
Essas decisões contribuíram para uma melhora substancial do PSB no total de votos recebidos por seus candidatos a prefeito no primeiro turno, um dos critérios mais utilizados para se medir a força dos partidos. O PSB amealhou mais de 8,6 milhões de votos a prefeito e cresceu 51%. Subiu da sétima para a quarta posição neste quesito.
No número absoluto de municípios, a legenda pulou da nona para a sexta colocação.
É uma tendência oposta à dos tucanos, que conquistaram 13,9 milhões de votos no primeiro turno (menos 4% em relação a 2008) e continuaram a queda sucessiva no total de prefeitos eleitos. A cada eleição, o PSDB tem perdido em torno de cem governantes municipais: eram 989, em 2000, e passaram para 870, 790 e agora 693, número que pode aumentar no segundo turno, mas não a ponto de alterar o quadro geral. O partido estará em 17 disputas. Se mantiver a taxa de aproveitamento de 40% da primeira etapa, seriam mais sete prefeitos e o PSDB chegaria a 700 municípios.
Com o declínio, os tucanos estão cada vez mais próximos de serem alcançados pelos petistas na próxima eleição. O PT elegeu 628 e está no segundo turno em 22 cidades. Se mantiver a taxa de aproveitamento em torno de 35%, faria mais oito, chegando a 636.
No quadro de votos recebidos, no qual os tucanos já estão atrás, em terceiro lugar, o PT retomou a liderança, com 17,2 milhões, e ultrapassou o PMDB, que obteve 16,7 milhões de votos. O DEM, que sofreu um racha que levou à criação do PSD, teve uma queda de mais de 50% no total de votos a seus candidatos a prefeito.

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