quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Luís Fernando é lançado candidato

O anúncio recente do denominado Conselho Político, composto pelos secretários Ricardo Murad (Saúde), João Alberto (Projetos Especiais), Max Barros (Infraestrutura) Luís Fernando (Casa Civil) e o ministro Gastão Vieira (Turismo), que decidirá os rumos da estratégia do grupo Sarney para 2014, é apenas uma escaramuça, dentro da guerra que ainda será deflagrada.

Um dos adversários certos do grupo já foi definido, desde antes das eleições municipais: Flávio Dino. Como ele sairá, se mais forte ou mais fraco, somente o tempo poderá dizer. 

Independentemente disso, o grupo Sarney precisaria dar sinais de que não está morto ou sem rumo, pelo contrário. As providências que estão sendo tomadas já foram precedidas de outras, visando a preparação para o cenário de 2014. 

A primeira foi dividir o grupo entre os dois contendores nas eleições da capital, como o objetivo de estabelecer pontes, não importa qual fosse o vencedor. Foi o que ocorreu. 

A segunda foi aproveitar o vácuo gerado pela doença que acomete o Ministro Edson Lobão, visando construir a unidade interna do grupo. 

Luís Fernando foi o escolhido para tampão da ferida. Seu nome sempre foi o preferido de Roseana, mas não o do grupo como um todo. De acordo com o método de escolha, já se sabe que poderá cozinhar desgaste até véspera de 2014, quando poderá ou não ser substituído. O nome seguinte seria João Alberto.

Luís Fernando terá agora a difícil missão de legitimar-se perante os inúmeros e diversificados interesses do grupo Sarney. Se não conseguir, já sabe, estará fora da disputa. Embora conte a seu favor com os feitos administrativos na prefeitura de São José de Ribamar, não tem penetração e simpatia em amplos setores do grupo a que pertence - até mesmo conquistando antipatias, durante o exercício da função de Chefe da Casa Civil do governo. 

João Alberto é o seu antípoda. Sem grandes realizações no currículo, mas contando com uma grande penetração nos mais longínquos rincões da base governista. Será o curinga, para um eventual e alternativo enfrentamento.

Pelos resultados de 2012, uma coisa é certa. Flávio Dino sai para o enfrentamento menos forte do que Jackson, em 2006. Jackson, na época, tinha mais do que uma máquina a seu favor (o próprio Governo Zé Reinaldo), mas também um patrimônio ético (é verdade que depois desmontado por um trabalho eficiente de alguns de seus aliados). Com uma trajetória política cidadã, Jackson, ao longo da carreira política, viabilizou-se como liderança para derrotar o grupo Sarney. Era o líder moral para uma nova mentalidade de governo. 

Hoje esse cenário foi radicalmente modificado. É um tema para outro post.



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